“Escolhe, pois, a Vida!”

Num mundo marcado pela violência e o desrespeito à vida, tal proposta se apresenta como um desafio para cada um de nós, e um repensar da vida a partir de nossas práticas que num conjunto, orquestram o modo de ser desse século.

Todos nós, de uma forma ou de outra, somos responsáveis pelo individualismo que impera em nosso meio. Recebi uma mensagem que apresenta um pouco do cenário no qual somos protagonistas:

"Hoje existem edifícios mais altos e estradas mais largas, porém temperamentos e pontos de vista mais estreitos. Gastamos mais, porém desfrutamos menos. Temos casas maiores, porém famílias menores. Temos mais compromissos, porém menos tempo. Temos mais conhecimento, porém menos discernimento. Falamos muito, mas amamos pouco. Chegamos à lua, porém temos problemas para atravessar a rua e conhecermos nosso vizinho. Conquistamos o espaço exterior, mas não nos conhecemos a nós mesmos. Temos mais dinheiro, porém menos moral.

"É tempo de mais liberdade, porém de menos alegrias. Temos comida a mais, porém com menos vitaminas. Há mais salários nas casas, porém mais divórcios. Dias de casas mais bonitas, porém de muitos lares desfeitos. Por tudo isso, não deixe para amanhã a possibilidade de ser feliz. Ser feliz nas pequenas coisas, na humildade de reconhecer que somos filhos de Deus e de um Deus que nos ama infinitamente. Leia mais, sente na varanda e admire a paisagem sem se importar com as tempestades que insistem em nos afastar uns dos outros e até de nós mesmos. Passe mais tempo com sua família e com os seus amigos, pois a vida é uma sucessão de momentos para serem desfrutados ao lado das pessoas que amamos. As frases 'um dia desses', 'qualquer dia', elimine-as de seu vocabulário. Diga aos seus amigos e familiares o quanto os ama. Não protele as visitas, os telefonemas, as cartas, pois isso te dará mais alegria. Cada dia, hora e minuto são especiais e você não sabe se será o último. Confia em Deus e ELE te cuidará".

Nosso tempo tem sido marcado pelo medo, pela insegurança e pela violência porque, na maioria das vezes, não temos escolhido o caminho da vida. Basta acompanhar os programas de televisão, as propagandas, as páginas da internet, o assunto dos bate-papos para verificar que, em sua maioria, versam sobre infidelidades, traições, ódio, prazer desenfreado, irresponsabilidade, individualismo, etc.

A título de ilustração, uma das novelas atuais motiva a prática dos sete pecados capitais e tem em sua música de abertura uma frase que diz: "a alegria do pecado às vezes toma conta de mim e é tão bom não ser divino".

A negação da divindade, da presença de Deus que é fonte de vida e a escolha de um caminho meramente humano tem nos conduzido a caminhos de morte. Daí a proposta desta campanha da Fraternidade: "Sê sensato, escolhe a vida, parte o pão, cura as feridas. Sê fraterno e viverás".

Viver na plenitude do amor e em paz é o sonho de todos, no entanto, a busca desenfreada pelo ter, o prazer e o poder nos afastam mais e mais da possibilidade de uma felicidade plena.

É tempo de repensar, de refletir, de redirecionar caminhos, de reorganizar o tempo, de estabelecer valores. Nessa direção vale um questionamento: se você perdesse hoje a sua família, as pessoas que você ama, que valor teria as outras coisas?

Como dizia o Padre Léo "é tempo de buscar as coisas do Alto", lembrando as palavras de Jesus: "buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e todas as outras coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6, 33).

(*) Profª Laci Maria Araújo Alves, da Paróquia Bom Pastor